Hoje é o dia do amigo, é difícil falar sobre ele ou eles, a questão é, quando pensamos em amigo quase sempre é para algo alegre, feliz, não é???
E quando vemos uma foto ou imagem sobre amigos qual é a primeira coisa que vem a cabeça???Sorrisos... Ah!!! Que coisa boa, momentos alegres, também é bom; mas nem sempre é assim.
Quero falar também que é sempre muito difícil comentar de uma forma nova um assunto que já conhecemos. Temos uma forte tendência conservadora, que nos leva a rejeitar, ao menos num primeiro instante, qualquer ideia que não esteja em concordância com o que já sabemos.
Vou falar de amor e, então, parece mais difícil ainda que as pessoas consigam ver seus aspectos menos simpáticos.
O amor corresponde a uma busca de completude.
Todos nós, desde o início da vida, temos a sensação de sermos incompletos. Parece que só nos sentimos inteiros e em paz quando estamos com o nosso eleito.
Assim, é óbvio que nosso primeiro amor é nossa mãe, e todos os outros objetos de amor que venhamos a ter ao longo das nossas vidas serão substitutos dela.
As crianças são extremamente dependentes de suas mães, com as quais têm a sensação de estarem fundidas.
Sentem-se inseguras quando estão longe delas e vivem atormentadas pelo pesadelo de que ela poderá abandona-las ou morrer.
Quando refletimos sobre as relações amorosas entre adultos, percebemos que o modo como se unem é muito semelhante ao sentimento que liga uma criança à sua mãe.
A grande verdade é que os ingredientes negativos relacionados ao ciúme também se manifestam de uma forma muito intensa.
É por causa disso que costumamos perceber o amor como um sentimento que acaba se opondo de modo mais ou menos definitivo aos desejos de individualidade.
O amor adulto é uma cópia do que se passa na infância.
O discurso é mais racional, mas as reações são idênticas às das crianças.
Casais apaixonados se tratam por diminutivos infantis e gostam de receber agrados também infantis.
Esses pequenos detalhes não seriam importantes se não viessem acompanhados de noção de que aqueles que se amam têm direitos sobre seus amados.
A mãe se acha com direitos sobre seus filhos e isso, até uma certa idade, faz sentido.
Agora, que o marido possa dizer à esposa se ela pode ou não usar determinada roupa, ir ou não a um dado lugar, é uma ofensa aos direitos individuais.
O outro tipo de relacionamento íntimo que vivenciamos é o da amizade.
Aqui, o prazer da companhia é tão importante quanto o que existe nas relações chamadas amorosas.
A confiança recíproca e a cumplicidade costumam ser até maiores do que as alianças encontradas entre os que se amam.
Somos mais respeitosos e menos dependentes de nossos amigos.
Qual a conclusão???
Para mim, fica claro que o amor é um processo infantil que costuma se perpetuar ao longo da nossa vida adulta.
A amizade é um tipo de aliança muito mais sofisticada porque não busca a fusão e sim a aproximação de duas criaturas que tenham importantes afinidades e interesses em comum.
Nossa parte adulta estabelece vínculos respeitosos e ricos em intimidade, que correspondem à amizade.
Nossa parte infantil tende a estabelecer um elo único com outra pessoa, em relação à qual passamos a ter expectativas similares àquelas que tínhamos de nossa mãe.
Não tenho dúvidas a respeito: amizade é um processo muito mais adulto do que chamamos de amor.
A amizade está para o ser humano como a flor está para o jardim.
Não podemos nos separar da qualidade em servir, amar e estar diante de nossos amigos; para que nossos sentidos, nossa sabedoria e nosso amor estejam presentes em todos os nossos atos e em todas as nossas relações.
Os amigos nos trazem o conforto e a segurança para podermos sorrir, amar e cantar as alegrias da vida.
Somos todos iguais, quando estamos entrelaçados com estes companheiros e, assim, devemos valorizar e crescer juntos para que uma condição de vida seja, a cada dia, fortalecida e agraciada pela sabedoria e pela grandiosa amizade.
Somos gratos, quando um amigo mostra um caminho tão difícil de ser descoberto.
Somos gratos, quando descobrimos que nosso amor existe, está disponível a nós e a todos a quem dele necessita com tanto interesse.
São os amigos que nos dão a mão nas horas difíceis, e são a eles que podemos prestar a nossa ajuda, o nosso amor e companheirismo.
Então, vamos valorizar enriquecer e saborear esta grande condição da vida que é simplesmente ser amigo e companheiro.
Como disse o saudoso Rui Biriva:
" São os diamantes da vida que brilham nos olhos da gente, um amigo é para sempre, um amigo é para sempre..."
Dedico a todos amigos!!!
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